Criméia de Almeida
Enfermeira, iniciou sua militância política na escola secundária. Líder estudantil no curso de Enfermagem da Faculdade Ana Nery, foi presa no Congresso de Ibiúna da UNE (União Nacional dos Estudantes), em 1968. Após o AI-5 entrou para a clandestinidade e, militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi para a região onde posteriormente teve início a Guerrilha do Araguaia.
Grávida, Criméia ficou responsável pela comunicação entre os guerrilheiros e o partido, por meio de viagens periódicas. Em uma delas, foi presa em São Paulo pela Operação Bandeirantes (Oban) e levada ao DOI-Codi. Foi torturada mesmo estando grávida de sete meses. Depois, foi levada a Brasília, onde continuou sendo torturada até dar à luz a seu filho.
Participou da criação do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA) e da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos, lutou pela Anistia e pelas Diretas Já. Também integrou expedições ao Araguaia atrás de pistas sobre os mortos e desaparecidos.
Em 2010, em nome da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos, do GTNM/RJ, do Human Rights Watch e do Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL), Criméia apresentou ação na Corte Interamericana de Direitos Humanos que condenou o Estado Brasileiro a localizar os corpos de mais de 70 militantes desaparecidos na região do Araguaia, além de responsabilização criminal dos responsáveis pelas detenções, torturas e execuções e pelo desaparecimento de guerrilheiros do PCdoB e de camponeses entre 1972 e 1975.
Militante feminista, atua na União de Mulheres de São Paulo.